sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Teddy Boys


Teddy Boys*
Roy Shuker




Os teddy boys, ou “teds”, originalmente um fenômeno britânico, apareceram em meados dos anos de 1950. Essencialmente sem instrução profissional, os teds foram excluídos da abundância desfrutada pelos jovens. Seu estilo inclui penteados elaborados (o estilo “duck arse”), paletós drapeados, engomados, compridos e pseudo-eduardianos (dai a origem do nome**), sapatos de sola grossa de crepe (“brothel creepers”) e gravatas estreitas. “A apropriação do estilo do vestuário da classe alta pelos teddy boys ‘ocultava’ o fosso entre as atividades profissionais que não exigiam qualificação, basicamente braçais, próximas do mundo lúmpen, e a experiência do sábado à noite, ou seja, a experiência de estar ‘vestido com elegância e não ter lugar algum para ir” (HaIl, S. & Jefferson: 1976; p. 48). Ás preferências musicais dos teds incluíam o início do rock’n’roll e o rockabilly. Nos anos de 1950, na Autrália e na Nova Zelândia, as versões locais dos teds foram chamadas de “bodgies”.


As atividades dos teddy boys concentravam-se em torno do rock’n’roll, dos coffee-bar, dos cafés com vitrolas automáticas e dos pubs. Envolveram- se em brigas em cinemas e salões de baile durante o advento do rock’n’roll, bem como nos conflitos raciais de 1958 no Reino Unido: “os teds eram fundamentalmente proletários e xenófobos” (Hebdige: 1979; p. 51). Nos anos de 1970 e 1980, houve um renascimento “teddy boy”, apesar de o vestuário e o comportamento dos teds “modernos” terem conotações diferentes, mais reacionárias e mais próximas do machismo da classe trabalhadora — sua cultura de origem.



Nos anos de 1960, na Grã-Bretanha, o desenvolvimento dos teds originou os rockers (também conhecidos como bikers ou greasers, principalmente nos Estados Unidos). Os rockers vestiam jaquetas de couro preto, calças jeans e botas, passavam brilhantina no cabelo e dirigiam motocicletas De modo geral, os rockers eram trabalhadores braçais sem quallflcação e mal pagos. A subcultura tinha uma orientação masculina (as adeptas do sexo feminino raramente dirigiam motocicletas). Willis (1978) vé uma homologia entre a masculinidade dos rockers, a rejeição ao estilo de vida da classe média, a motocicleta e a preferência pelo rock’n’roll. A liberdade era o principal valor dos rockers e sua preferência musical era o rock’n’roll dos anos de 1950: Elvis, Gene Vincent e Eddie Cochrane. Entre 1963 e 1964, os rockers entraram em conflito com os mods em locais de veraneio do sul da Inglaterra, originando um pânico moral. Nunca desapareceram inteiramente como subcultura identificável, embora os motoqueiros contemporâneos prefiram o heavy metal.








*Fonte: Shuker, Roy. Vocabulário de Música Pop (tradução Carlos Szlak), São Paulo: Editora Hedra, 1999

**tedd diminutivo de Edward (N.T.)

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